terça-feira, 26 de abril de 2011

Acidente de Chernobyl aconteceu há 25 anos

Na madrugada de 26 de Abril de 1986, uma explosão no quarto reactor da Central de Chernobyl, na antiga república soviética da Ucrânia, provocou o maior acidente nuclear da história, cujos efeitos ainda hoje são sentidos.

Segundo dados dos peritos, a explosão provocou fugas de radioactividade para a atmosfera equivalentes a 100-500 bombas atómicas como a que foi lançada sobre Hiroshima.

Construída em 1976, era a maior central nuclear do mundo e, por isso, as autoridades comunistas deram-lhe o nome de Vladimir Lénine, fundador da União Soviética.

"A maior das centrais nucleares passou a produzir energia para a construção do comunismo", anunciou a televisão soviética no dia da sua inauguração.

Dez anos depois, a explosão no quarto reactor abalou irremediavelmente as bases do comunismo soviético, tendo dado um grande contributo para a desintegração da União Soviética em 1991.

A central, constituída por quatro reactores em funcionamento e dois em construção, não só produzia energia eléctrica, mas também plutónio para uso militar.

Porém, o seu funcionamento apresentava graves problemas de segurança. Os reactores careciam de um sistema que impedisse a fuga de radioactividade em caso de acidente, ou seja, não eram protegidos por sarcófago. Além disso, tinha problemas na refrigeração e podia funcionar com os sistemas de segurança desactivados.

A explosão poderá ter ocorrido devido a erro humano, durante a realização de um teste de segurança.

A nuvem lançada pela explosão do quarto reactor atingiu a Bielorrússia e a Rússia, países da Escandinávia, da Europa Central e Reino Unido.

O número de vítimas é muito dispare, oscilando entre os 100 e 200 mil. Actualmente, a radiação continua a fazer sentir-se na Bielorrússia, Ucrânia e Rússia, onde há uma área de 200 mil quilómetros quadrados de terras contaminadas.

O encerramento definitivo da Central de Chernobyl foi acordado entre os sete países mais industrializados do mundo (G7) e a Ucrânia, em 1995, tendo esta recebido compensações financeiras substanciais.

Depois de várias reuniões de países e organizações doadores, foi possível conseguir meios para dar início à construção do segundo sarcófago sobre o quarto reactor, que permitirá evitar fugas radioactivas nos próximos cem anos, bem como de contentores para guardar resíduos radioactivos.

Como todos sabemos, a energia nuclear é uma das alternativas energéticas mais debatidas no mundo: comenta-se, entre outros tópicos, se valerá a pena implementar centrais de produção nuclear ou se devemos apostar noutro tipo de energias que sejam renováveis, pois como sabemos a energia nuclear não é renovável, uma vez que a sua matéria-prima consiste em elementos químicos, como o urânio, extraídos de minerais (no caso do urânio, um dos minerais utilizados é a autunite).

Resta então saber, tendo em conta os acontecimentos históricos, se a energia nuclear compensa ou não.

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