O Festival Boom realiza-se de dois em dois anos em Idanha-a-Nova nas margens da barragem Marechal Carmona, em pleno Geopark Naturtejo. É um festival de cultura independente e expressão artística, reconhecido mundialmente pelos seus projectos de sustentabilidade ambiental. Teve a sua primeira edição em 2002.
O festival traz à região muita música electrónica, artes plásticas, teatro, exposições e bio-construções. O Boom é, acima de tudo, um evento multicultural, ecológico e auto-sustentável. Tem um modelo único de organização que junta à consciência ambiental um elevado detalhe estético. O Boom dá aos diversos artistas a oportunidade de criar estruturas naturais com bambu, barro, cana e materiais reciclados. É o festival, realizado em Portugal,com maior projecção mundial. A título de exemplo rerfira-se que, em 2010, o Boom atraiu a Idanha-a-Nova 20 mil pessoas de 70 países. A ARH do Tejo acompanhou o desenho e procedeu ao licenciamento de todas as intervenções realizadas no meio hídrico.
O Festival Boom venceu o prémio de festival mais ecológico da Europa, atribuído no âmbito dos European Festival Awards. Os resultados foram anunciados em Groningen, na Holanda, onde decorreu a 12.ª edição da cerimónia.
O festival que acontece de dois em dois anos no concelho de Idanha-a-Nova foi o único evento português nomeado para estes prémios, competindo na sua categoria com os festivais de Roskilde (Dinamarca) e Øya (Noruega).
A utilização de casas de banho que dispensam o uso de água, o aproveitamento do sol para a produção de energia ou a recolha e uso de óleo alimentar usado para fazer funcionar os geradores do festival são algumas das soluções ecológicas adoptadas nas últimas edições.
Esta é mais uma distinção para este festival de música e cultura alternativa, que nos últimos anos conquistou outros prémios como o Greener Festival Award Outstanding de 2008 e 2010. Além disso foi convidado pela ONU para fazer parte da United Nations Music & Environment Stakeholder Initiative.
Organização do Boom Festival:
“ Toda a água utilizada no Boom, regressa à natureza tão limpa quanto era antes da sua utilização”
“Toda a água utilizada pelos restaurantes, bares, casas de banho e outras infra-estruturas será reciclada no local por um sistema de tratamento biológico.”
“Em 2008, não se desperdiçou água utilizada nos chuveiros, devido ao recurso a um sistema de tratamento através da evaporação e de plantas aquáticas.”
Esta prática, vem ao encontro do referido na Lei de Bases do Ambiente, no que à água diz respeito, nomeadamente na alínea a) , nº3 , do artigo 10º :
“A utilização racional da água, com a qualidade referida para cada fim, evitando-se todos os gastos desnecessários e aumentando-se o grau de reutilização”
No domínio da protecção e do controlo da qualidade da água, há que proceder à sua despoluição e ao controlo da sua escassez. A nível mundial, a taxa de desperdício de água ronda os 65%.
Por isso, a preservação dos recursos hídricos passa obrigatoriamente pela consciencialização dos consumidores a respeito da necessidade de economizar água. Para além deste aspecto, o consumo sustentável da água exige providências susceptíveis de reduzir as fontes de poluição e minimizar a carga de contaminantes que atingem os meios hídricos. Medidas estas, que se devem traduzir no reaproveitamento de águas residuais tratadas e na redução do consumo de água pela indústria.
Bibliografia:
Direito do Ambiente, Fernado Dos Reis Condesso, Almedina
Tvi 24, Online
www.boomfestival.org
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