segunda-feira, 25 de abril de 2011

Automóveis Eléctricos, seu Funcionamento, Vantagens, Fabrico e Impacto Ambiental


Os automóveis eléctricos não são uma novidade no mercado automóvel, desde há muito tempo que existem automóveis ou máquinas industriais a funcionar a electricidade. Mas hoje em dia está muito em moda devido à escalada do preço do petróleo e ao aumento significativo do efeito de estufa.

Os primeiros automóveis eléctricos datam dos finais do século XIX, tendo aparecido primeiro que os automóveis a gasolina ou diesel.

Quanto ao funcionamento, um automóvel eléctrico é um automóvel que tem, apenas, como combustível a electricidade. Existem muitos automóveis em circulação a utilizar motores eléctricos, mas muitos desses automóveis são híbridos, ou seja, utilizam um motor eléctrico e um motor de combustão interna.

Existem vários tipos de motores eléctricos, mas o que começa a ser mais comum é o motor com rotor em gaiola de esquilo. Ele é composto por um rotor e um estator, para que o rotor entre em movimento é necessário gerar uma corrente eléctrica no interior do campo magnético gerado pelo estator. Essa corrente é proveniente das baterias e quando passa no interior do campo magnético é gerada uma força eléctrica que impulsiona o rotor.

Um motor eléctrico tem uma eficiência muito elevada, na ordem dos 85-95%, ao contrário de um motor de combustão interna que tem à volta de 20 a 30%, sendo a restante energia gasta sob a forma de calor.

Um dos factores mais importantes nos automóveis eléctricos é as baterias. A bateria é o local onde a electricidade é armazenada. Inicialmente as baterias não permitiam percorrer grandes distâncias, mas agora com uma forte aposta a nível mundial, as baterias estão cada vez mais evoluídas e possuem mais carga para percorrer maiores distâncias. Mas não só permitem cargas mais elevadas como são capazes de recarregar mais rápido.

Os automóveis eléctricos podem ser carregados de várias maneiras, ou por ligação externa em que se liga o automóvel à tomada, ou recarregando as baterias, por exemplo, através de painéis fotovoltaicos.

Os automóveis eléctricos recorrem também a alguns truques que lhes permitem poupar energia, alguns desses truques são, por exemplo, desligar o motor quando o automóvel está parado. Eles utilizam também a travagem regenerativa, em que quando os automóveis estão a abrandar o motor eléctrico funciona, basicamente, como um gerador recarregando as baterias

Os automóveis eléctricos possuem várias vantagens em relação aos automóveis movidos a combustíveis fósseis. Algumas dessas vantagens são:

  • Condução silenciosa – em relação aos automóveis a gasolina e diesel os automóveis eléctricos proporcionam uma condução mais silenciosa. Isso é conseguido pela ausência de várias peças, tal como, o escape uma das principais fontes de ruído num automóvel;
  • Não poluem – os automóveis eléctricos como consomem uma energia “limpa”não emitem qualquer tipo de gases nocivos para a atmosfera;
  • Condução agradável – muitos dos automóveis eléctricos existentes ou em produção não necessitam de embraiagem, devido a esse facto e a possuírem motores de elevada rotação, os automóveis eléctricos proporcionam uma condução agradável não se notando as passagens de mudança. Tanto para cidade como em situações em que seja necessário fazer uma aceleração mais fervorosa não é preciso ter em atenção a caixa de velocidades;
  • Custos de manutenção baixos – o motor eléctrico utiliza pouquíssimas peças, quando comparado com um motor de combustão interna, por isso, há menos peças a sofrerem desgaste no seu funcionamento. Deixa também de ser necessário fazer as típicas revisões para mudança do óleo, entre outras. Devido a estes factores os custos de manutenção de um automóvel eléctrico são consideravelmente mais baixos;
  • Menos impostos – os automóveis eléctricos actualmente apenas pagariam 30% de imposto automóvel, estando previsto pelo governo uma redução do mesmo;
  • Adaptação – há quem diga que no futuro por se utilizar apenas automóveis eléctricos, as emissões de CO2 não vão baixar… devido ao aumento de consumo de energia eléctrica será necessário produzir mais electricidade e, como tal, grande parte dessa electricidade provém dos combustíveis fósseis. Mas o problema não está no automóvel, mas sim na produção de electricidade. No futuro deverá apostar-se cada vez mais na utilização de energias renováveis para a produção de electricidade. O automóvel eléctrico, ao contrário de outros, irá sempre adaptar-se seja qual for o tipo de produção utilizado.

Relativamente aos automóveis existentes no mercado, a Mitsubishi foi a primeira a lançar um veículo eléctrico no mercado português com vendas abertas a particulares. O seu modelo i-MiEV é irmão gémeo do Citroën C0 e do Peugeot iON, porque é a fábrica japonesa que o faz. O preço sem incentivos ronda os 35 mil euros. São carros citadinos compactos (segmento A).

A Nissan optou também por lançar um carro desenhado de raiz, o Leaf, maior e que se assume como segmento C, pequeno familiar. A autonomia ronda os 150 km e custa 36 mil euros.

A Renault adaptou dois modelos já existentes o Fluence e o Kangoo (apenas na versão comercial) à electricidade e desenhou dois novos modelos, o Zoe (segmento B), que só deverá chegar em 2012, e o Twizi, um citadino de dois lugares em tandem (os ocupantes viajam um atrás do outro), mais parecido, até em potência e prestação com uma scooter do que com um carro. Chegará no final deste ano e terá um preço inferior aos 10 mil euros. Refira-se que, ao contrário das outras marcas, a Renault não vende as baterias, pagando o comprador um aluguer mensal. Assim, o preço do Fluense é de 21 600 euros, mais 79 euros de aluguer da bateria, o Kangoo fica-se pelos 20 mil euros (mais 72 euros mensais). O Zoe ainda não tem preço.

A Smart também tem um modelo adaptado a electricidade mas, por enquanto, só está disponível para frotas.

O rent-a-car já se rendeu à nova tecnologia (que por acaso não é tão nova como isso, visto que os primeiros automóveis de tracção eléctrica surgiram há mais de 100 anos), estando disponível na Sixt o Mitsubishi iMiEV, a um pouco menos de 60 euros por dia.

Cerca de 90% da poluição proveniente dos automóveis ocorre na condução enquanto os restantes 10% ocorrem no fabrico.

A construção dum automóvel implica processos como a fabricação de ligas, metais, tintas e outros químicos. Existe sempre um grau de poluição associado a cada parte que compõe um carro, desde a carroçaria até ao cobre dos cabos eléctricos. No entanto a maioria da poluição, como foi referido, vem do consumo energético efectuado pelo automóvel e pelos meios de transporte para os levarem das fábricas aos stands, contribuindo para que substâncias tóxicas sejam libertadas para a atmosfera.

Nos automóveis a gasolina e gasóleo a poluição vem desde os poços de petróleo até ao seu consumo. Enquanto se retira o petróleo do solo e durante a sua transportação é comum existirem derrames. No seu processo de transformação temos as refinarias que emitem uma longa lista de toxinas, que para algumas partículas são o dobro das emissões que se verificam no consumo do combustível pelo automóvel.

Um carro consome, em média, cerca de 1600 litros de gasolina num ano. Isto significa que liberta para a atmosfera:

- 560 kg de monóxido de carbono

- 80 kg de hidrocarbonetos

- 32 kg de óxido de azoto

- 0,48 kg de chumbo

- 0,96 kg de dióxido de enxofre

Tendo em conta estes números (ou as pressões vindas das ONGA e outras entidades que se ramificam na produção de normas pelos Estados + crescente preocupação por parte dos consumidores) os fabricantes preocupam-se cada vez mais em efectuar a reciclagem dos seus automóveis e do uso de produtos menos poluentes de forma a minimizar o impacto ambiental.

Como os automóveis são poluidores desde o inicio, ou seja, a construção do automóvel, a extracção e transporte do combustível também surtem impacto ambiental, se conseguirmos reduzir o impacto ambiental resultante da condução dos mesmos já damos um grande passo no sentido de diminuir a emissão de GEE. Assim, os automóveis eléctricos trazem grandes benefícios para o ambiente na medida em que a sua utilização, em contraste com os automóveis movidos a combustíveis fósseis, constitui uma diminuição significativa nas emissões de GEE.

Sem comentários:

Enviar um comentário