domingo, 8 de maio de 2011

"A Política do Plástico"




Lembrei-me de ter ouvido já há algum tempo uma notícia vinda da Venezuela, em que o Presidente Chávez decidiu que a partir de certa data seriam proibidas a utilização de sacos de plástico nos hipermercados, reabilitando uma lei que já existia e ao que parece ninguém cumpria.


De facto, é um problema sério para o ambiente, pois não é um produto biodegradável e todos nós que frequentamos os hipermercados reparamos na facilidade com que metem as compras nos sacos, sem qualquer preocupação na racionalização.


Quantos de nós vamos só comprar uma pasta de dentes e logo nos é impingido um saco? Os sacos de plástico são feitos de polietileno, obtido a partir de combustíveis fosseis o que faz aumentar a emissão de gases poluentes no ar que, inevitavelmente o planeta acaba por absorver, e quando não são depositados nas lixeiras, são despejados no mar, poluindo as águas e consequentemente interferindo negativamente com a vida animal e com a própria cadeia alimentar.


Os ambientalistas afirmam que milhares de animais, morrem por asfixia. São exemplo mais flagrante os animais marinhos protegidos, tais como baleias, golfinhos e tartarugas marinhas.

A título de curiosidade: em 2002 uma baleia anã deu à costa na Normandia com 800 kg de sacos de plástico no estômago.

Aposta-se agora num novo material que leva 16 dias a decompor-se, ao contrário dos 100 anos (dependendo da exposição à luz, aos raios ultravioleta e outros factores) que um vulgar saco de plástico precisa para se decompor.


Muitos países já estão sensibilizados para essa praga que causa danos irreversíveis ao Planeta. Itália, consumidor de ¼ dos cem milhões feitos anualmente na Europa, implementou uma lei, em vigor desde Dezembro de 2010, que proíbe a sua distribuição gratuita (tem um preço de 10 cêntimos).


Além desta medida, este país aposta agora nos sacos biodegradáveis, privilegiando o papel, muito embora esta opção pelos sacos de papel também comprometa, por outras razões, a sustentabilidade do planeta. Lembremos da desflorestação que vem acontecendo por interesses económicos e também por incêndios monumentais que tem grassado no mundo pondo em causa a vida no Planeta.


Foi apresentado pelo grupo parlamentar do PSD e aprovado, em 15 de Dezembro de 2010, na Assembleia da República, um projecto de lei que obriga a redução de 90% no fornecimento de sacos nos supermercados até 2016. No entanto, no que a mim me toca, ainda não notei qualquer tipo de contenção.


Cumpre lembrar que já contamos com uma conhecida cadeia de supermercados que já há algum tempo deixou de oferecer gratuitamente os sacos para transporte de compras, sem antes oferecer durante um certo período de tempo sacos reutilizáveis e consequentemente mais amigos do ambiente.


Não posso deixar de referir que também cabe às autarquias locais, comerciantes e, no fundo, a todos nós, contribuirmos para que a pouco e pouco se vá ganhando consciência cívica /ambiental. Moro num Concelho, pioneiro no que refere a questões ambientais (seguramente dos primeiros a adoptar medidas sensibilizadoras para a reciclagem).


O Município distribuiu pelos munícipes sacos e baldes de lixo com separadores para reciclagem, colocou vários ecopontos pelas freguesias, distribuiu sacos de algodão para as compras, pelo que foi seguido também por uma farmácia local e hoje é com muito agrado que se vê muita gente transportando esses sacos.


Em cada 3 sacos que transporta um consumidor, só 1 ainda continua a ser de plástico.

Por vezes também nos esquecemos…



17719, subturma 7 (8)

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