sábado, 21 de maio de 2011

Alimentos transgénicos: os mutantes do século XXI


Alimentos transgénicos: alimentos cujas características genéticas foram modificadas em laboratório pela inserção de, pelo menos, um gene de outra espécie.


A problemática da produção e consumo de alimentos geneticamente modificados tem sofrido um impacto crescente nos últimos anos.
Em 1994 é produzido nos Estados Unidos o primeiro alimento geneticamente modificado: o tomate transgénico. Apenas vinte anos depois, em 2004, a União Europeia autoriza a importação de alimentos transgénicos, após inúmeras pressões por parte dos Estados Unidos par ao fazer. E só em 2 de Março de 2010 é consentido o cultivo destes alimentos em solo europeu, surgindo assim a produção de milho transgénico e batata vulgarmente conhecida por amflora.
Perante o “boom” de produção e consumo destes produtos, cabe ao consumidor ponderar os prós e contras de ingerir alimentos cujo dna foi alterado.
As grandes empresas argumentam a maior facilidade de produzir alimentos geneticamente modificados: estes são mais resistentes a insectos, mais tolerantes a herbicidas, e podem ser produzidos em solos aparentemente impossibilitados de qualquer tipo de actividade agrícola.
Os consumidores também têm razões para quererem estes produtos no mercado: a alteração genética permite melhorar a forma, a cor e o tamanho dos alimentos, tornando os mesmos mais aprazíveis ao consumo. Numa época em que o factor determinante da escolha é tendencialmente o aspecto dos produtos, o consumidor sentir-se-á mais atraído a comprar aquele que mais “bonito” que lhe parecer.
Mas não fica por aqui. Os alimentos transgénicos têm também uma função socioeconómica acentuada e é frequentemente apontada pelos defensores da sua comercialização: o seu efeito junto dos países subdesenvolvidos. A alteração genética de determinados alimentos permite introduzir-lhes nutrientes essenciais. É o caso do famoso “arroz dourado”- introduzindo-se uma alteração genética no dna do arroz, é possível que o mesmo, ao ser ingerido, aumente a produção de vitamina A. Para as populações mais carecidas, cuja dieta é, muitas vezes, à base de arroz, esta inovação permite-lhes receber vitaminas a que de outro modo não teriam acesso.
No entanto, por detrás de um cenário aparentemente perfeito, esconde-se uma realidade cujos meandros assustam os consumidores mais informados. É que a produção e o consumo de alimentos transgénicos comportam desvantagens para a saúde humana que não devem ser ignoradas. Estudos revelam que o consumo de alimentos aumenta o problema de alergias alimentar. Este fenómeno não é difícil de compreender através de um exemplo. No Brasil introduziu-se um gene de noz brasileira no dna da soja, de modo a aumentar os níveis de metionina, um aminoácido essencial. No entanto esta espécie de noz era conhecida por potenciar alergias, e esta particularidade transmitiu-se para a soja. Consequentemente, um consumidor que, descansadamente, decidisse introduzir soja na sua dieta alimentar, estava na verdade a antecipar uma alergia que seria provocada pelo gene da noz brasileira!
Para além das alergias são ainda apontadas alterações no sistema imunológico, como maior resistência das bactérias existentes no organismo humano a antibióticos e redução de substâncias benéficas, inclusivamente substâncias essenciais para protecção contra o cancro.
A nível ambiental, é de referir que os genes introduzidos no ADN dos alimentos geneticamente modificados podem ser transferidos para as pestes, tornando-se estas resistentes aos pesticidas. Refere-se assim como um risco ambiental causado pela produção de alimentos transgénicos o surgimento de super pragas.
Avaliando todas as possíveis consequências nefastas advindas do consumo e produção destes produtos, alguns Governos da União Europeia proclamam queres proibir inteiramente a sua produção, como é o caso do Governo Húngaro, do Governo Polaco, ou do Governo Austríaco. A nível internacional, o Japão proíbe determinadamente a produção e consumo destes produtos.
Feita esta ponderação, deverá o consumidor submeter produtos expostos nas grandes superfícies a um olhar mais atento os, e perguntar-se se um aspecto aparentemente mais saudável e apelativo realmente compensará os riscos a que se expõe ao consumir alimentos transgénicos.

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