sábado, 21 de maio de 2011

Incineração de Resíduos

A incineração não é um processo recente. Desde a antiguidade que este processo foi utilizado, se bem que sem todos os desenvolvimentos a que temos acesso actualmente. Inicialmente não havia necessidade do homem ter qualquer meio de tratamento de resíduos. As comunidades eram nómadas e tinham como meio de subsistência a caça e recolha de alimentos. Os resíduos existentes eram na sua grande maioria orgânicos, não representando por isso um risco para o ambiente em que essa comunidade de encontrava.
No entanto, o homem foi gradualmente tornando-se sedentário, com a descoberta da agricultura, onde podia produzir no mesmo local parte do alimento necessário para os agregados familiares da comunidade. Por este motivo começaram a estabelecer-se comunidades em especial junto a cursos de água. Os resíduos produzidos eram lançados nos cursos de água e terrenos próximos. Devido ao tamanho das comunidades as quantidades de resíduos não eram muito elevadas e havia muitos terrenos onde era possível depositá-los. No entanto havia um desconhecimento dos possíveis riscos de lançar estas substâncias nos rios ou depositá-las ao ar livre ou mesmo enterrá-las. Este facto causou em determinadas ocasiões na história epidemias que se revelaram catastróficas para as populações, não só por desconhecerem a sua origem e como evitá-la, como também devido aos cuidados de higiene precários e uma medicina muito rudimentar.
A situação agravou-se com a Revolução Industrial e a explosão demográfica.
Em primeiro lugar houve uma grande quantidade de indústrias a surgirem. Os processos utilizados não tinham em consideração a perigosidade dos elementos utilizados na manufactura. Os resíduos eram lançados nos cursos de água ou despejados em lixeiras sem haver qualquer preocupação com o impacto que isso poderia ter sobre o ambiente. O desenvolvimento da industria levou à criação de aglomerados populacionais na área circundante à área industrial. Na procura de melhores condições de vida, houve uma grande mobilização da população rural para as áreas industriais. Este aumento populacional fez com que os resíduos domésticos aumentassem, o que criou alguns problemas quanto às condições mínimas das áreas habitacionais.
Inicialmente a consciência de que a produção de resíduos poderia ser um problema às condições de saúde da população era reduzida. Qualquer forma de transporte era dispendiosa, o que faziam com que utilizassem terrenos próximos, ou relativamente próximos das áreas habitacionais ou industriais. Também não estavam desenvolvidos processos de tratamento destes resíduos, a não ser o aterro e a incineração.
O desenvolvimento constante criou novas substâncias, algumas das quais de difícil destruição. Pode parecer uma coisa muito simples, mas nos anos 50 uma caixa de madeira (material biodegradável e reutilizável) servia como meio de transporte de barras de sabão, que era cortado de acordo com o que o cliente necessitava no momento da venda. Actualmente a mesma quantidade de sabão, em embalagens individuais utiliza o plástico, material que não se decompõe facilmente. Não pretendo entrar aqui em discussão quanto à necessidade ou não de utilizar outros métodos de embalagem e transporte, é apenas uma comparação quanto à quantidade e tipo de materiais utilizado actualmente. Hoje em dia é um problema que é tido em atenção em todos os governos mundialmente e existe uma procura de soluções adequadas e o melhoramento das tecnologias já existentes.
A construção de incineradores começou no final do século XIX, em que o principal objectivo era a redução do volume de resíduos com o aproveitamento energético resultante da combustão dos mesmos. Nessa altura não existiam meios de controlar as emissões de gases, nem de verificar a sua perigosidade para o meio ambiente. Com o passar dos anos começaram a ser desenvolvidas novas tecnologias que reduzem o perigo destas emissões, desde que seja feita em instalações apropriadas e num processo acompanhado.

Incineração, vantagens e desvantagens
A nossa sociedade é uma sociedade em constante evolução. Não se pode ignorar todo o desenvolvimento dos últimos séculos que trouxeram melhores condições de vida a toda a população, apesar das desigualdades ainda existentes. Mas este desenvolvimento trouxe as suas contrapartidas e é preciso encontrar soluções viáveis que permitam que o nosso planeta continue a ser um local habitável em que a sociedade possa continuar a florescer. A preocupação crescente com o ambiente é válida se termos em conta todos os riscos inerentes a um crescimento da quantidade de resíduos e das suas acções nefasta sobre o ambiente.
Antes da Revolução Industrial a maior parte dos resíduos eram resíduos orgânicos que eram facilmente decompostos pela Natureza. Resultavam das actividades domésticas. Mesmo os resíduos resultantes da manufactura de determinados produtos, eram numa quantidade reduzida e era possível colocá-los em locais que normalmente não causavam grandes problemas à população devido à sua localização. No entanto surgiam por vezes situações de epidemias, em especial devido ao lançamento de resíduos orgânicos em recursos hídricos, mas na altura eram desconhecidos os mecanismos de transmissão de doenças e muitas vezes atribuídos a “maldições” ou castigo de Deus. Com o surgimento da Revolução Industrial começam a surgir as grandes indústrias. Não havia qualquer cuidado com o tratamento dos resíduos sólidos ou líquidos resultantes e estes eram lançados indiscriminadamente com riscos óbvios para a saúde pública. Por outro lado deu-se o fenómeno da migração para os grandes centros industriais, na busca de melhores condições de vida, o que provocou um crescimento dos centros urbanos e da população. Com os novos desenvolvimentos na área da saúde, entre outros factores, temos a explosão demográfica. Tudo isto contribuiu para um aumento significativo da quantidade de resíduos quer estes fossem industriais, quer domésticos. O desconhecimento dos riscos e a mera incúria levaram a que em pouco tempo começassem a surgir os problemas de saúde pública e a busca de soluções. A incineração já é utilizada há algum tempo e é uma solução que, como qualquer outro método, tem as suas vantagens e desvantagens. Mas é importante ver a incineração como uma solução integrada numa estrutura organizada de redução de resíduos, havendo mesmo situações em que não há uma alternativa, e estamos a falar de resíduos hospitalares em que o risco para a saúde pública a torna necessária. É necessário tomar medidas que possam reduzir o risco para o ambiente e população. Passa em grande parte pela educação da população e qualquer outro produtor de resíduos. Passa por informar acerca da importância de defender o ambiente que no final de contas é a nossa casa. Mas também passa por soluções que sejam eficazes. A incineração é uma forma de destruir resíduos que tem a vantagem de reduzir o volume e peso dos resíduos, destruir microrganismos patogénicos e pode ser uma fonte importante de energia. Actualmente as novas tecnologias permitem o controlo dos gases emitidos e com isso eliminar os riscos para a população. Juntamente com a educação ambiental e com a sensibilização das entidades produtoras de resíduos é uma ferramenta importante no controlo da quantidade de resíduos que todos os dias são produzidos.

Ana Cláudia Chagas Vala
N.º 17121 Subturma 1

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