sexta-feira, 20 de maio de 2011

"As marcas que lavam mais verde"

Auto-estradas, fast-food, energia nuclear, pesticidas: tudo é responsável, bio, sustentável, ético, ecológico! As empresas desenvolvem uma arte de enganar com papel de lustro que não conhece limites.


(…) E pensar que alguns ayatollahs da ecologia ainda implicam com a circulação automóvel…Apesar da Peugeot plantar árvores no Brasil. De a Citroёn ter criado “a sua própria assinatura ambiental: Air-dream”. De a Renault se esforçar na produção de “automóveis ecológicos”. Os chamados “eco” que emitem menos de 140 gramas de CO2 por quilómetro – ou seja o velho compromisso voluntário de há anos dos principais fabricantes.
(…) O movimento slow-food opõe-se à comida de plástico? No entanto, comer um hambúrguer faz bem ao planeta. No McDonaldʹs, os camiões da distribuição são a biodiesel, os motoristas são “formados para a ecocondução” e “equipas encarregam-se de recolher todos os dias restos de embalagens abandonadas perto dos restaurantes”. Por isso a multinacional pintou o seu logótipo de verde.
(…) Não se culpabilizem mais ao apanharem o avião para as Maldivas! A Air France recebeu do ministro da Indústria a “Marianne dʹor” do desenvolvimento sustentável em 2009, uma recompensa “pelos compromissos de longa data da Air France e da KLM em prol do ambiente, da igualdade social ou do desenvolvimento local”. A Airbus é uma “empresa ecoeficiente” que fabrica “bio” aviões (!)
(…) A Federação da Indústria do Plástico esforça-se por “integrar o ambiente ao longo do ciclo de vida dos produtos plásticos”. A EDF, líder mundial em resíduos e energia nuclear, faz uma “tentativa ética” a sua “responsabilidade ambiental” é inquestionável. O mesmo se passa com a Areva, que tem “o triplo objectivo de crescimento lucrativo, socialmente responsável e respeitador do ambiente”
No melhor dos mundos pintados de verde, até o armamento passa a ser ecológico. A nossa empresa emblemática em equipamento bélico, a Nexter, produz “munições verdes” e outros biokits. Só lhes falta uma flor no cano da espingarda.”

Notícia: Courrier internacional – nº175/Setembro 2010

Perante o cenário que o artigo expõe a pergunta que se coloca é: Como não ser enganado pelas falsas marcas verdes?

Hipótese 1: Especializa-se em matéria de Inteligência Artificial

Segundo uma notícia recente “(…)Os informáticos da Universidade Hebraica de Jerusalém desenvolveram o primeiro algoritmo capaz de detetar sarcasmo num texto (…)”.

se esta acarretar custos incomportáveis para si…

Hipótese 2: Não confie tanto nas auto-declarações ambientais.
Estas são declarações desenvolvidas pelos fabricantes, importadores ou distribuidores de modo a comunicar informação sobre os aspectos ambientais dos seus produtos ou serviços…que muitas vezes ocultam os aspectos ambientais negativos!

Hipótese 3: Confie nos Rótulos Ecológicos certificados.
Baseiam-se num programa independente e voluntário, baseado em múltiplos critérios, que atribui rótulos a produtos e permite a diferenciação entre produtos pertencentes a uma mesma categoria de produtos com base no seu desempenho ambiental e em considerações de ciclo de vida. Uma organização independente define um conjunto diversificado de critérios e a transparência e credibilidade destes é assegurada por meio de certificação por uma terceira parte independente.

O ideal é seguir as três hipóteses...não deixe que a arte de enganar com papel de lustro ganhe!… o mundo não é todo pintado de verde!

Alexandra Marques Adão, nº 16439, subturma1


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