segunda-feira, 28 de março de 2011

A outra face do desenvolvimento sustentável.

O biocombustível é, em termos muito sintéticos, um combustível produzido a partir de plantas, e é visto como uma das principais alternativas aos combustíveis fósseis.

De facto, é hoje quase uma "moda" na Europa e na União Europeia, que pretende que em 2020 deste tipo de combustíveis proceda 20% de toda a energia da UE. Pode ser demasiado ambicioso, mas é este o objectivo da Directiva para as Energias Renováveis, a Directiva 2009/28/CE, de 23 de Abril. Pode ser vista aqui.

Mas nem tudo são rosas, no que concerne a este tipo de combustíveis. O que as pessoas se esquecem é que estes biocombustíveis provêm, na sua grande maioria, de fora da Europa. E que tem impacto nas pessoas que vivem nessas zonas. Neste interessante artigo, fala-se de uma zona do Quénia onde se produzem biocombustíveis. Aí, os cidadãos vêem-nos como uma maldição e muita frustração, pois não têm carros e produzem combustíveis em vez dos alimentos de que tanto necessitam. Muitos irão ser expulsos das suas terras, os que lá ficarão dizem que tais plantações irão afugentar os animais e deixar o povo com mais fome ainda. Espécies protegidas de aves ficam ainda mais ameaçadas, e o povo está sujeito a gases pouco recomendáveis em níveis excessivos.

Os cidadãos questionam-se, os políticos não: não seria preferível cultivar alimentos, do que combustíveis para carros que eles não possuem? E os europeus, que produzem biocombustíveis a pensar nas gerações futuras e no desenvolvimento sustentável, não deviam pensar também naquelas pessoas, que provavelmente nunca vão ver os resultados do que produzem? É que, como todos sabemos, em zonas tão corruptas (generalização), a Europa está apenas a fazer enriquecer os governantes, em vez de ajudar as populações.

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