quinta-feira, 17 de março de 2011

Açúcar: petróleo do século 21?

O etanol, também conhecido como álcool etílico, é produzido a partir de matérias-primas como cana-de-açúcar, milho ou beterraba. É um biocombustível, ou seja, um combustível renovável, que não precisa de materiais de origem fóssil, como o petróleo. Em todo o mundo, os biocombustíveis sempre ficaram em segundo plano devido à facilidade de extracção do petróleo e devido à sua abundância. O problema é que a queima de combustíveis fósseis contribui para o aquecimento global. E, como também já há sinais de escassez de petróleo, o etanol começou a ganhar mais atenção.
É um combustível limpo, que emite 90% menos de gases do efeito estufa do que os combustíveis fósseis (gasolina), sendo uma alternativa energética eficiente por conciliar aumento de segurança energética com benefícios para o combate ao aquecimento global e também por diminuir as emissões de gás carbono.
Pode ser encontrado no vinho, na cerveja, é também componente de produtos farmacêuticos e perfumes. Contudo, o seu maior uso hoje em dia é como combustível.
Hoje o Brasil tem a maior frota de veículos flex (podem circular com dois tipos de combustíveis, etanol e gasolina), movidos por esta fonte de energia renovável que se extrai da cana-de-açucar e também do milho, mandioca, trigo e beterraba. Estima-se que, na última década, o consumo mundial de etanol combustível tenha aumentado a uma média de 18% ao ano. Em 2008, 67 bilhões de litros de etanol abasteceram milhões de veículos em todo o planeta. Uma das políticas mais importantes para a expansão desse consumo é a adição de uma percentagem de etanol na gasolina, em alguns países essa mistura é obrigatória por lei. É o caso do Brasil, onde a gasolina deve ter entre 20% e 25% de etanol. Outros gigantes como os EUA, que em 2011 vai produzir 49 bilhões de litros de etanol, China e Índia seguem o exemplo com misturas contendo até 10% de etanol. Já na Suécia, o Governo não obriga a misturar certas quantidades de etanol com gasolina, mas criou uma série de incentivos, como a isenção de impostos na aquisição de viaturas flex e descontos no seguro automóvel.
A substituição da gasolina pelo Etanol no Brasil, evitaram a emissão de 33,2 milhões de toneladas de CO2. E que enquanto um veículo de porte médio, movido exclusivamente com gasolina, chega a emitir aproximadamente 2,2 kg CO2/litro, um veículo equivalente movido exclusivamente com etanol emite cerca de 1,3 kg CO2/litro, ou seja, 59% da emissão do veículo a gasolina.
No entando, o consumo de etanol não se resume aos automóveis, servindo de combustível também para autocarros e aviões.
Já começam também a chegar ao mercado os primeiros produtos de plástico derivados do etanol de cana-de-açúcar. Em 2009, na Olimpíada de Inverno de Vancouver, no Canadá, a Coca-Cola lançou a sua primeira garrafa PET inteiramente reciclável, feita com 30% de sua composição à base do etanol de cana. A chamada “plantbottle” não é biodegradável, mas reduz a "emissão de carbono na atmosfera” até 35%. Esse plástico, feito a partir da desidratação do etanol, é o primeiro no mundo produzido a partir de fontes 100% renováveis, com a vantagem adicional de reduzir a quantidade de poluentes. Estima-se que cada quilo de bioplástico evite a emissão de 2,5 quilos de carbono.
É então, esta energia renovável o biocombustível do futuro, estimando-se que ainda em 2011 seja produzido em escala industrial, sendo um produto que tem as mesmas características do óleo diesel, mas sem os elementos tóxicos, como o enxofre. O segredo está num método que consiste em modificar geneticamente as leveduras responsáveis pela fermentação do açúcar.

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