segunda-feira, 21 de março de 2011

Incêndios e abandono levam a 'degradação e insustentabilidade' da floresta portuguesa

Neste Dia da Floresta, fica aqui uma notícia com relevo:

A floresta portuguesa enfrenta cada vez «maior degradação e insustentabilidade» devido aos incêndios, ao abandono e falta de gestão e ao aumento da área de espécies exóticas, defendeu hoje a Liga para a Protecção da Natureza (LPN).
No Dia Mundial da Floresta, que hoje se assinala, e no Ano Internacional das Florestas, a organização ambientalista aponta que, num país onde a floresta cobre cerca de um terço do território, «as razões para celebrar são muito poucas».

Na lista de preocupações da LPN, os incêndios são «um problema que continua a colocar o país numa situação de destaque pela negativa, a nível europeu» pois os valores relativos de área queimada e de ignições são «muitíssimo elevados quando comparados com os restantes países do sul».

E a meta «muito pouco ambiciosa» de um máximo de 100 mil hectares de área queimada apontada no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios «foi largamente ultrapassada em 2010», segundo a Liga.

As dificuldades no funcionamento das Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) e a ausência de desenvolvimento na concretização de um Cadastro das Propriedades Florestais são igualmente referidos, tal como a presença de espécies exóticas, «um dos maiores problemas da conservação da natureza em Portugal», mas também da prevenção de incêndios e em termos económicos.

«A importância deste problema prende-se sobretudo com o seu carácter quase irreversível, dadas as tremendas dificuldades em parar a expansão destas espécies, logo que se instalam», salienta a LPN que dá como exemplos a acácia e o eucalipto.

«Se pensarmos que não há nenhuma espécie nativa que possa competir em crescimento com o eucalipto, é fácil perceber as consequências desta expansão para os ecossistemas naturais e para outros usos do solo», realça a organização.

A Liga questiona ainda o destino dado às verbas do Fundo Florestal Permanente e defende que, «para além das ZIF de utilidade duvidosa, uma boa parte dos recursos financeiros são anualmente gastos no funcionamento de gabinetes técnicos florestais cujo trabalho dificilmente se vê refletido no terreno».

Disponibilizar uma melhor informação aos portugueses sobre a situação da floresta é considerado importante para a LPN, numa tentativa de «tentar mudar o futuro pouco animador que se vislumbra para a floresta em Portugal».

Lusa/SOL

in: http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=14671

Ângela Maria Varela

Sem comentários:

Enviar um comentário