segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pesca é responsável por alterações nos padrões de crescimento do peixe

A composição das populações de várias espécies como o bacalhau, cuja actividade piscatória é selectiva incidindo sobre os indivíduos maiores está mudar, com o tamanho médio a diminuir 20% e o desenvolvimento a ser 25% mais rápido.

Um estudo recentemente publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciencesrevela que os impactos da pesca vão para além da diminuição da abundância populacional das espécies-alvo, reflectindo-se também numa alteração das características das populações.

Com efeito, tanto estudos realizados no mar com várias espécies como o bacalhau, diferentes tipos de salmão, arenque e solha, por exemplo, bem como experiências em cativeiro com sardinhas atlânticas (Menidia menidia), revelam a ocorrência de uma rápida evolução nas populações da espécies cuja pesca incide sobre os indivíduos de maiores dimensões.

Esta evolução reflecte-se no aumento da proporção de animais pequenos – o tamanho médio dos animais diminui 20% - e/ou numa aceleração do desenvolvimento – os indivíduos maturam 25% mais cedo.

O fenómeno é o resultado de ambas alterações genéticas e pressões ambientais temporárias e embora, alguns estudos com populações selvagens sugiram que é reversível, a experiência realizada com sardinhas brancas revelou que este processo pode ser muito mais lento que alterações iniciais.

Deste modo, há quem defenda que para garantir a sustentabilidade da actividade piscatória há que ter em conta este fenómeno e procurar geri-lo, o que passa por, no caso da selecção do peixe em função do maior tamanho, pescar também indivíduos mais pequenos recorrendo a linhas, e a criação de reservas nas quais a pesca é interdita e que permitirá a sobrevivência dos exemplares de maiores dimensões.

Por outro, também já começam a ser feitos "Estudos de Impacto evolutivo” para as espécies comerciais de peixe comerciais.

Fonte: www.newscientist.com; www.sapo.pt

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