sexta-feira, 20 de maio de 2011

Crescimento da População Global e Sustentabilidade

Dados paleontológicos sugerem que a nossa espécie terá aparecido no Planeta Terra há cerca de 176 mil anos. Desde então a vivência da espécie humana como parte integrante da biosfera tem produzido impactes nos ecossistemas que os têm modificado profundamente.

Desde muito cedo, como no Neolítico, o Homem aprendeu a domesticar os animais e cultivar certas espécies de vegetais. O grande passo para um aumento do conforto de vida das pessoas deu-se com a Revolução Industrial, com inovações tecnológicas e aperfeiçoamentos das técnicas durante o séc. XX, o que levou a que o Homem passasse a dominar alguns factores de resistência ao ambiente, como os antibióticos e insecticidas, permitindo o aumento da produção de alimentos e de um crescimentos acelerado da população através de meios inovadores de diagnóstico e prevenção de doenças. Estudos demográficos apontam para um total de 6228 milhões de habitantes, indicando que estamos muitos perto de uma superpopulação e que consequentemente não haverá espaço e muito menos recursos para todos.

É já hoje uma realidade de que atingimos níveis de poluição crescente nos mais variados ecossistemas. O efeito de estufa, a destruição da camada de ozono e as chuvas ácidas são uma realidade do desgaste a que o planeta vem sendo sujeito devido a uma crescente pressão antrópica. O crescimento populacional foi acompanhado pela expansão dos ecossistemas urbanos, que por sua vez importam todos os recursos, exportando calor e resíduos, pressionando de forma quase irreversível os recursos naturais.

Actualmente as agressões mais graves dão-se a nível da remoção da cobertura vegetal dos solos, impermeabilização e compactação dos solos, diminuindo drasticamente a biodiversidade e dificilmente neutralizável dada a velocidade a que tais alterações são feitas.

Realizar uma avaliação relativa dos impactes que a nossa espécie já criou é fundamental para determinar se vivemos actualmente de uma forma sustentável.

A primeira iniciativa partiu de William Rees e Mathis Wackernagel, em 1996, quando propuseram o conceito de pegada ecológica para avaliar a área de espaço biologicamente produtivo que é necessária para sustentar o actual estilo de vida, sendo ainda contabilizados os recursos utilizados os recursos utilizados para a produção dos bens de consumo e dos serviços prestados, bem como os resíduos que lhe estão associados.

Esta noção documenta as exigências passadas e presentes da Humanidade sobre a natureza, podendo também ajudar na identificação das consequências futuras das nossas opções actuais. Tal conceito baseia-se na ideia de biocapacidade, ou seja, na capacidade de produção biológica num dado ano que pode ser utilizável por um determinado pais tendo em conta a sua área produtiva. Estima-se que tal capacidade tenha sido já ultrapassada em 1978. Tal resultado (passivo ecológico) é obtido através da diferença entre o valor da pegada ecológica e o da biocapacidade; se o valor do passivo ecológico for positivo, podemos inferir da existência de uma sobreutilização dos activos ecológicos (mar, florestas, etc), concluindo que não é promovido um modelo de desenvolvimento que vise a sustentabilidade.Os riscos que advém de tal conduta só podem ser eliminados com a redução e posterior eliminação do passivo ecológico global.

De acordo com as actuais perspectivas de um modelo de desenvolvimento sustentável, os altos níveis de consumo de recursos e de energia não são necessários para sustentar uma boa qualidade de vida, excedendo largamente tais necessidades.

A espécie humana, ate finais do séc. XX investiu muito pouco na preservação do nosso planeta, dando prioridade à utilização não racionalizada de recursos para satisfazer as insaciáveis necessidades da população.

A espécie humana deve procurar ser mais solidária , de modo a atingir a sustentabilidade e dando um passo fundamental no nosso percurso evolutivo não hipotecando o futuro das próximas gerações.

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