
Na altura em que as pessoas praticam estes actos pensam que estão impunes. Na verdade, se pensarmos bem, a Lei ainda está muito atrasada quanto à forma como se pune os infractores que defraudam a lei e acabam mesmo por cometer verdadeiros crimes ecológicos, que leva a contra-ordenações e penas pecuniárias. O facto, é que em nosso entender estas molduras penais podem ser mais duras para com os seus destinatários.
Como sabemos, o Estado atravessa uma grave crise económica e financeira, neste sentido foram reduzidas as verbas para o combate aos incêndios, nomeadamente, através da diminuição das quantias para o aluguer dos meios aéreos. Os Bombeiros contestaram, na medida em que o ataque aéreo em fases de combate inicial ou em zonas de acesso interdito é essencial o uso dos aviões. Quando o país se torna num "inferno" embora pequeno, em comparação com outros da União Europeia, a sua dimensão dobra e os meios são poucos, sejam eles humanos ou mecânicos. A solução dos sucessivos Executivos tem sido a mais errada. O remédio para estes incidentes passa pela criação de uma programa nacional de combate aos incêndios que foque os seus objectivos na formação das populações, na limpeza das matas coerciva à custa dos proprietários incumpridores, na reordenação dos solos, na concentração das equipas de bombeiros e GIPS-GNR nas zonas mais problemáticas e tendencialmente propícias, na criação de postos de comando sazonais em plena floresta, o regresso dos guardas florestais a nível nacional e todo o ano, o regresso dos cantoneiros sejam eles municipais, regionais ou nacionais, combate extremo aos casos de "mão criminosa", como punições severas, combate à corrupção. Estas são algumas das propostas. Além dos efeitos nefastos para a fauna e para a flora, os danos na camada de ozono é extremo e irreversível. Mas a verdade é que por vezes até vidas humanas se perdem, bombeiros mortos, na morte mais trágica que pode existir. Enquanto isso continuam a repetir-se os actos criminosos.
No domingo passado, dia 15 de Maio, iniciou-se a Fase Bravo do esforço de empenhamento do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais, que irá prolongar-se até ao dia 30 de Junho.
Durante este período o dispositivo de combate aos incêndios florestais tem a seguinte constituição:
- Combatentes - 6.438 (6.651 em 2010);
- Veículos - 1.476 (1.528 em 2010);
- Meios Aéreos - 24 (34 em 2010).
Integram esta Fase Bravo 2.411 bombeiros, 242 elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB – ‘Canarinhos’), 654 elementos do Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro da GNR (GIPS), 939 elementos do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA), 219 elementos da Polícia de Segurança Publica (PSP), 1.560 elementos da Autoridade Florestal Nacional (AFN), 158 elementos do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) e 45 operacionais da AFOCELCA. No âmbito da vigilância, estão activos 70 posto de vigia.
Como podemos ver pelos números, deu-se um significativo corte no combate aos incêndios.
As consequências dos actos dos governantes não ficam nos seus escritórios, antes pelo contrário, tornam-se irremediáveis em campo.
De positivo extraímos o facto de ter de haver uma maior ponderação de como se gastam os recursos, com um total aproveitamento e um combate ao desperdício.
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